A guerra destruía tudo naquele lugar. Lá, o céu se tornara
impossível. Um velho e um miúdo seguem pela estrada descalços. Fogem da guerra,
que contaminara toda a sua terra. O velho chama-se Tuahir. É magro, parece ter
perdido toda a substância, não sabia ler. O jovem se chama Muidinga. Miúdo, tem
uma doença que quase o arrastara até a morte, foi recolhido por Tuahir, quer
procurar seus pais, tem medo da noite, fora ensinado por Tuahir a falar, andar,
pensar.
Muidinga e Tuahir param em um
machimbombo, dispostos a ficar lá por certo tempo. Dentro do autocarro, o corredor
e os bancos ainda estão cobertos de corpos carbonizados.
Saem para enterrar os cadáveres. No
caminho, acham mais um corpo, que não estava queimado, pois havia sido morto a
tiro. Junto dele estava uma mala fechada, intacta. Abrem a mala, e acham
roupas, uma caixa de comidas, cartas, caderninhos...
Muidinga esconde os caderninhos encontrados na mala. Acende uma fogueira e começa a ler um dos capítulos do primeiro caderninho: “Quero pôr os tempos...”.
Muidinga esconde os caderninhos encontrados na mala. Acende uma fogueira e começa a ler um dos capítulos do primeiro caderninho: “Quero pôr os tempos...”.
A partir daí, Muidinga lerá grandes
histórias na vista de um menino na Guerra de Moçambique.
Ana Cláudia
Ana Cláudia, deixou o leitor curioso sobre as histórias que virão.
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