sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Primeiro Caderno de Kindzu

Kindzu é o menino que narra histórias vividas por ele, no caderno que Muidinga achou. Seu pai, Taímo,  lhe deu este nome, pois Kindzu é o nome que se dá as palmeiras mindinhas, daquelas que se curvam nas praias, e o maior prazer de seu pai era beber sura, o vinho das palmeiras. Seu pai, por sua vez, gostava de dormir no chão e tinha vários sonhos que na verdade eram previsões para o futuro. Porém, certa vez ele sonhou que alguém em sua família morreria, e após olhar um pouco para seus filhos, ele apontou que Vinticinco de Junho (irmão de Kindzu) iria morrer. Ele recebeu esse nome do seu pai, pois este teve um sonho que no dia 25 de junho, Moçambique se tornaria independente, o que realmente aconteceu (na vida real). Então, Taímo mandou que o filho apontado passasse a morar no galinheiro, até se transformar em galinha, para que os horrores da guerra não matassem-no. Porém, certo dia, Vinticinco de Junho, ou simplesmente Junhito, desaparece e nunca mais é visto pelo pai, pois este último, um dia, é encontrado morto, não se sabe o por quê. Então, Kindzu e a mãe consultam um feiticeiro para saber o motivo da morte, então o feiticeiro lhes receitou que construíssem uma casa, bem afastada, e que dentro colocassem o barco de Taímo, já que ele era pescador. E assim, Kindzu passou a levar comida para a solitária residência todos os dias. Porém, às vezes quando ia levar a comida para seu pai, ele ouvi hienas gargalhando. Será que elas se aproveitavam da comida? Será que seu pai ia na forma de hiena comer sua comida? Ele decidiu espioná-las e vê um estranho homem enrolado em panos vermelhos e cheio de pulseiras portadoras de feitiço. Sua mãe alegava ser Taímo, mas Kindzu não acredita. 

Kindzu, então, ficava vagueando a vila todo dia. Então conhece um comerciante, o único da aldeia: Surendra, um indiano. Ele era casado com uma mulher que o ajudava com a loja, assim como Antoninho. Kindzu virou um grande amigo de Surendra,  e este, por sua vez, disse que Kindzu era um como o filho que ele nunca tivera. Mas Surendra teve de ir embora, pois atearam fogo em sua loja. Ele explicou para Kindzu que iria voltar para sua terra, apesar de não ter ninguém a sua espera lá. Ele também disse que não gostava de nenhuma raça: nem os brancos, nem os negros, nem mesmo os indianos! Por isso, ele disse, que gostava de Kindzu, porque ele não tinha raça. Claro que Kindzu se sentiu triste por perder seu único amigo. Foi pedir ajuda para o professor Afonso, mas este fora assassinado no dia anterior. Então, Kindzu se sentiu mais sozinho ainda. A solidão estava matando-o, então ele decidiu que também deveria ir embora. No dia em que toma essa decisão, seu pai vem lhe atormentar, transformando-se em seu inimigo. Então, ele conta sobre sua decisão para a mãe, e esta lhe surpreende com uma notícia: ela estava grávida havia muito tempo.




~Iara Harumi

2 comentários:

  1. Poxa Iara, esse menino perdeu irmão, pai, amigos. Muito triste!

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  2. Muito bom seu resumo do primeiro caderno. Ajuda muito para compreender os próximos capítulos!

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