Kindzu é o menino que narra histórias vividas por ele, no
caderno que Muidinga achou. Seu pai, Taímo, lhe deu este nome, pois
Kindzu é o nome que se dá as palmeiras mindinhas, daquelas que se curvam nas
praias, e o maior prazer de seu pai era beber sura, o vinho das palmeiras. Seu
pai, por sua vez, gostava de dormir no chão e tinha vários sonhos que na
verdade eram previsões para o futuro. Porém, certa vez ele sonhou que alguém em
sua família morreria, e após olhar um pouco para seus filhos, ele apontou que
Vinticinco de Junho (irmão de Kindzu) iria morrer. Ele recebeu esse nome do seu
pai, pois este teve um sonho que no dia 25 de junho, Moçambique se tornaria
independente, o que realmente aconteceu (na vida real). Então, Taímo mandou que
o filho apontado passasse a morar no galinheiro, até se transformar em galinha,
para que os horrores da guerra não matassem-no. Porém, certo dia, Vinticinco de
Junho, ou simplesmente Junhito, desaparece e nunca mais é visto pelo pai, pois
este último, um dia, é encontrado morto, não se sabe o por quê. Então, Kindzu e
a mãe consultam um feiticeiro para saber o motivo da morte, então o feiticeiro
lhes receitou que construíssem uma casa, bem afastada, e que dentro colocassem
o barco de Taímo, já que ele era pescador. E assim, Kindzu passou a levar
comida para a solitária residência todos os dias. Porém, às vezes quando ia
levar a comida para seu pai, ele ouvi hienas gargalhando. Será que elas se
aproveitavam da comida? Será que seu pai ia na forma de hiena comer sua comida?
Ele decidiu espioná-las e vê um estranho homem enrolado em panos vermelhos e
cheio de pulseiras portadoras de feitiço. Sua mãe alegava ser Taímo, mas Kindzu
não acredita.
Kindzu, então, ficava vagueando a vila todo dia. Então
conhece um comerciante, o único da aldeia: Surendra, um indiano. Ele era casado
com uma mulher que o ajudava com a loja, assim como Antoninho. Kindzu virou um
grande amigo de Surendra, e este, por sua vez, disse que Kindzu era um
como o filho que ele nunca tivera. Mas Surendra teve de ir embora, pois atearam
fogo em sua loja. Ele explicou para Kindzu que iria voltar para sua terra,
apesar de não ter ninguém a sua espera lá. Ele também disse que não gostava de
nenhuma raça: nem os brancos, nem os negros, nem mesmo os indianos! Por isso,
ele disse, que gostava de Kindzu, porque ele não tinha raça. Claro que Kindzu
se sentiu triste por perder seu único amigo. Foi pedir ajuda para o professor
Afonso, mas este fora assassinado no dia anterior. Então, Kindzu se sentiu mais
sozinho ainda. A solidão estava matando-o, então ele decidiu que também deveria
ir embora. No dia em que toma essa decisão, seu pai vem lhe atormentar,
transformando-se em seu inimigo. Então, ele conta sobre sua decisão para a mãe,
e esta lhe surpreende com uma notícia: ela estava grávida havia muito tempo.
~Iara Harumi
Poxa Iara, esse menino perdeu irmão, pai, amigos. Muito triste!
ResponderExcluirMuito bom seu resumo do primeiro caderno. Ajuda muito para compreender os próximos capítulos!
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