sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Imagens Sobre Terra Sonâmbula


A partir da leitura do capítulo "A Filha do Céu" de Terra Sonambula, descobrimos que Farida, a mulher encontrada por Kindzu em um navio abandonado, era na verdade filha do Céu, e tinha uma irmã-gêmea, o que em sua terra era sinal de grande desgraça, portanto não podia sequer olhar para o arco-íris. Por sua causa em sua terra houve escassez de água. Na sua adolescência, Farida decidiu fugir e acabou parando em uma residência de um casal de portugueses. Dona Virgínia era a única razão de sua permanência naquela casa, pois a tratava como filha. Romão, o dono da casa, porém abusava da jovem, até o dia que ela decidiu fugir. Durante sua fuga, ela teve um filho, e como não queria, decidiu deixá-lo numa igreja. Não quis ver o filho, e fugiu para um lugar de paz, no qual era o mesmo objetivo de Kindzu.


Ao ler o capítulo "A Lição de Siqueleto" percebemos que o novo personagem, Siqueleto, era um homem solitário, abandonado. Ele era o único habitante de sua vila, pois fora o único que queria ficar. Por isso, ativou uma armadilha e acabou capturando Muidinga e Tuahir. Ele inventava crenças, culturas, e rituais enquanto o tempo passava. Muidinga sem nada para fazer, pegou um galho e começou a escrever o nome "SIQUELETO" na terra. Surpreendido por isso, o homem decidiu levá-los a um lugar que gostava de ficar. Mandou o garoto escrever seu nome em uma árvore, e depois deixou-os ir, dizendo-lhes por último: "-A aldeia vai continuar, já meu nome está no sangue da árvore" (Pg 69)

Por: Luiza (n°31) e Giulia (n°15)

1º caderno de Kindzu:


O tempo em que o mundo tinha a nossa idade:
Este é o primeiro caderno de Kindzu, no qual, o garoto escreve sua história antes que se torne mais uma sombra sem voz.
Kindzu conta que seu pai sofria de sonhos, que acreditava ser visões. Em uma dessas visões o velho Taímo sonha com a morte de seu filho, Vinticinco de Junho (Junhito), e por isso decide vestir o miúdo de galinha, e o manda viver no galinheiro.
Ao decorrer da história, Junhito, desaparece da capoeira, e em minha opinião, essa passagem do texto é de extrema importância, pois, a partir deste momento, Muidinga passa a acreditar na possibilidade de ser Junhito.


Ana Carolina

3º Caderno de Kindzu

Kindzu: Kindzu continua sua jornada com as maldições do pai e suas breves aventuras após sair da aldeia. Ao chegar à baía de Matimati, vários homens o cercaram, já querendo saber quem ele era e de onde vinha. Foi advertido: "O melhor é você desaparecer-se daqui". A partir desse contexto aparecem muitos novos personagens.

Assane: secretário do administrador, era o homem que apareceu para Kindzu no colo de muitos voluntários. Suas pernas estavam desvalidas. Ele contou sobre o navio que se encalhara em um banco de areia, por causa de várias pedras que nunca foram vistas antes do mencionado dia. O administrador revelou que que eles estavam a investigar o inimigo do povo, até mesmo Assane era suspeito. Assane recordava o administrador, sempre sacudindo as mãos e quase chorando: " (...) a História há de limpar os pés nas nossas costas". Assane foi preso, e na prisão lhe bateram e perdeu seu sentimento da cintura para baixo. 

Administrador: era o homem que estava em busca do inimigo do povo. Suspeitava de Assane e se abateu sobre ele lançando-lhes acusações de desvios e abusos. 

Depois disso, Kindzu quis ajudar os pobres e bebeu e dançou a cerimônia dos espíritos para que afundassem mais navios, mas acabou bebendo demais, o que o fez ser levado até sua canoa e adormecer nos sonhos. 
O estranho era que em seus sonhos seu pai não estava presente, e outra coisa estranha era que, em pleno mar, Kindzu viu uma fogueira, e é claro que hesitou se dirigir até ela. Sua canoa começou a afastar-se rapidamente da terra. Os céus se arrebentaram, formando nuvens, relâmpagos, até que de repente caiu dentro de seu pequeno barquinho um anão, daqueles que descem dos céus. 

Anão: o anão era tão baixo que parecia estar sentado. Ele vinha buscar as coisas do navio, pois disse que no céu também há faltas. O barco lhe obedecera aos mandos, para a esquerda, devagar, etc. Ele caminhava sem dúvidas do caminho, parecendo já saber os segredos por trás daquele grande navio. Mas cedo ele desapareceu. 

Quando Kindzu se assustou com a âncora, encontrou a mulher no meio das cordas. 

Farida: mulher nas cordas, suas roupas molhadas ofegavam de encontro à pele. Era muito bonita, com um corpo e olhos sedentários. A mulher pediu para Kindzu ir embora, e logo começou a estremecer, os olhos perderam seu foco e suas mãos procuravam gestos longe de seu corpo, tombou no chão... seu único remédio era contar sua história.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Terceiro caderno de Kindzu



  Nesta história, Kindzu chega à baía de Matimati, após deixar sua casa e sua mãe. Ao chegar, habitantes locais logo o cercam querendo saber quem ele é e de onde vem. Depois de contar aos homens quem é, eles lhe advertem que deveria voltar ao mar.
  Assane, o ex-secretário do administrador, lhe conta sobre o navio que se encalhara em um banco de areia, por causa de rochas recém nascidas, que nunca haviam sido vistas antes da mencionada noite. Assane foi preso por suspeitarem que ele era inimigo do povo. Na prisão lhe bateram, causando a perda de seus sentidos da cintura para baixo.
  Kindzu prosseguiu sua viagem em uma canoa que lhe deram. Porém, no meio do mar, um anão caiu do céu. Ele lhe disse que viera buscar as coisas do navio, pois no céu também haviam faltas. Kindzu não havia entendido, então o anão lhe contou a história do navio encalhado, porém, pouco depois, desapareceu.
  Farida foi encontrada na âncora, suas roupas molhadas grudadas na pele. Pediu para Kindzu ir embora. Começou a estremecer, mas Kindzu a segurou, prendendo-a em seus braços. Seu único remédio era contar sua história, ela lhe pediu que a soltasse, então começou a falar.

Terra Sonâmbula

     "Terra Sonâmbula", escrito por Mia Couto, conta a história de Tuhair e Muidinga. Este sofrera uma doença que quase levara-o para a morte e não sabia quem eram seus pais, se tinha irmãos ou mesmo quem era aquele homem que o resgatou. Aquele, era velho e tão magro quanto um palito. Ambos estavam sofrendo os males da terrível guerra que atingira Moçambique. Muidinga, o miúdo, desaprendera a andar, falar, pensar e viver. Tuhair havia de lhe ensinar tudo de novo.
              
     O velho e o miúdo andavam pela estrada sem rumo nem esperança. Pararam em frente á um ônibus queimado, onde Tuhair disse que este seria o novo lar deles. Muidinga não parece muito confiante, pois o machimbombo estava no meio da estrada. O velho argumenta que na selva não há passantes e na estrada, o menino poderia reencontrar seus pais, que neste momento estavam desaparecidos.
    Muidinga odiava viver entre os mortos ali presentes. Quando fala isso á Tuhair, chama-lhe de tio. O velho não gostou nada do novo apelido, ameaça o miúdo e diz-lhe que seus pais não vão querer encontrá-lo de novo pois é um peso que atrapalha durante a guerra.
     Depois da discussão, ambos saem enterrando os corpos um uma só cova. Muidinga avista um corpo que não estava queimado. Havia sido morto á tiro. Junto á ele, havia uma mala, intacta. Dentro desta, haviam roupas, cadernos e comida. Enquanto o velho se preocupava com a comida, Muidinga guarda os cadernos de baixo de seu banco para lê-los mais tarde. Á noite, o miúdo acende uma fogueira e começa a ler as anotações em voz alta para Tuhair. Ele não percebe que aprendera á ler de novo. Assim, começa uma nova história: O diário de Kindzu.

Terra Sonâmbula


  

  Muidinga e Tuahir são dois companheiros, que juntos, durante a guerra civil pós-independência de Moçambique, lutam pela sobrevivência.
  Eventualmente, encontram um ônibus queimado e abandonado, onde se encontravam os doze cadernos de Kindzu. Lá retratavam-se acontecimentos surpreendentes, como o garoto que se passou por galinha para evitar a morte, e o anão que caiu no barco.
  Kindzu era um rapaz, que recebeu esse nome, em questão de seu pai gostar tanto da bebida produzida pelas palmeiras mindinhas chamadas Kindzu.
  Seu pai, um homem muito supersticioso, colocava muita fé nos sonhos, acreditava que eles previam o futuro, era viciado em sura, uma bebida produzida pelos Kindzus.

Primeiro capítulo do livro "Terra Sonâmbula":

No livro "Terra Sonâmbula", no primeiro capítulo aparecem dois personagens. Seus nomes são Tuahir e Muidinga. Tuahir é um velho que vivia sozinho, mas, acolheu Muidinga, que fora abandonado pelos pais. Muidinga desaprendeu a fazer tudo. Não sabe mais andar, escrever, ler, entre outras coisas. De pouco a pouco, Muidinga reaprende, com a ajuda de Tuahir. Tuahir e Muidinga estão vivendo em uma época de guerra. A guerra de Moçambique. Estão fugindo da guerra. Eles andam pela estrada sem rumo, e encontram um "machimbombo"(ônibus). Tuahir decide que irão ficar lá. Nesse ônibus, haviam corpos queimados.Um deles estava fora. Esse corpo tinha alguns cadernos. Muidinga se interessa e decide ler os cadernos. Após isso, iremos para o próximo capítulo, "O Primeiro Caderno de Kindzu".

Primeiro Caderno de Kindzu

Kindzu é o menino que narra histórias vividas por ele, no caderno que Muidinga achou. Seu pai, Taímo,  lhe deu este nome, pois Kindzu é o nome que se dá as palmeiras mindinhas, daquelas que se curvam nas praias, e o maior prazer de seu pai era beber sura, o vinho das palmeiras. Seu pai, por sua vez, gostava de dormir no chão e tinha vários sonhos que na verdade eram previsões para o futuro. Porém, certa vez ele sonhou que alguém em sua família morreria, e após olhar um pouco para seus filhos, ele apontou que Vinticinco de Junho (irmão de Kindzu) iria morrer. Ele recebeu esse nome do seu pai, pois este teve um sonho que no dia 25 de junho, Moçambique se tornaria independente, o que realmente aconteceu (na vida real). Então, Taímo mandou que o filho apontado passasse a morar no galinheiro, até se transformar em galinha, para que os horrores da guerra não matassem-no. Porém, certo dia, Vinticinco de Junho, ou simplesmente Junhito, desaparece e nunca mais é visto pelo pai, pois este último, um dia, é encontrado morto, não se sabe o por quê. Então, Kindzu e a mãe consultam um feiticeiro para saber o motivo da morte, então o feiticeiro lhes receitou que construíssem uma casa, bem afastada, e que dentro colocassem o barco de Taímo, já que ele era pescador. E assim, Kindzu passou a levar comida para a solitária residência todos os dias. Porém, às vezes quando ia levar a comida para seu pai, ele ouvi hienas gargalhando. Será que elas se aproveitavam da comida? Será que seu pai ia na forma de hiena comer sua comida? Ele decidiu espioná-las e vê um estranho homem enrolado em panos vermelhos e cheio de pulseiras portadoras de feitiço. Sua mãe alegava ser Taímo, mas Kindzu não acredita. 

Kindzu, então, ficava vagueando a vila todo dia. Então conhece um comerciante, o único da aldeia: Surendra, um indiano. Ele era casado com uma mulher que o ajudava com a loja, assim como Antoninho. Kindzu virou um grande amigo de Surendra,  e este, por sua vez, disse que Kindzu era um como o filho que ele nunca tivera. Mas Surendra teve de ir embora, pois atearam fogo em sua loja. Ele explicou para Kindzu que iria voltar para sua terra, apesar de não ter ninguém a sua espera lá. Ele também disse que não gostava de nenhuma raça: nem os brancos, nem os negros, nem mesmo os indianos! Por isso, ele disse, que gostava de Kindzu, porque ele não tinha raça. Claro que Kindzu se sentiu triste por perder seu único amigo. Foi pedir ajuda para o professor Afonso, mas este fora assassinado no dia anterior. Então, Kindzu se sentiu mais sozinho ainda. A solidão estava matando-o, então ele decidiu que também deveria ir embora. No dia em que toma essa decisão, seu pai vem lhe atormentar, transformando-se em seu inimigo. Então, ele conta sobre sua decisão para a mãe, e esta lhe surpreende com uma notícia: ela estava grávida havia muito tempo.




~Iara Harumi

Taímo e seus sonhos:

O pai de Kindzu e de Junhito, chamado Taímo, costumava ter sonhos que previam o futuro. Certo dia Taímo teve um sonho em que Junhito morria, então ele falou para Junhito se esconder em um galinheiro e viver como uma galinha para que os guardas não o encontrassem  e não o matassem

PRIMEIRO CAPÍTULO: A ESTRADA MORTA


           
            A guerra destruía tudo naquele lugar. Lá, o céu se tornara impossível. Um velho e um miúdo seguem pela estrada descalços. Fogem da guerra, que contaminara toda a sua terra. O velho chama-se Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a substância, não sabia ler. O jovem se chama Muidinga. Miúdo, tem uma doença que quase o arrastara até a morte, foi recolhido por Tuahir, quer procurar seus pais, tem medo da noite, fora ensinado por Tuahir a falar, andar, pensar.
            Muidinga e Tuahir param em um machimbombo, dispostos a ficar lá por certo tempo. Dentro do autocarro, o corredor e os bancos ainda estão cobertos de corpos carbonizados.
            Saem para enterrar os cadáveres. No caminho, acham mais um corpo, que não estava queimado, pois havia sido morto a tiro. Junto dele estava uma mala fechada, intacta. Abrem a mala, e acham roupas, uma caixa de comidas, cartas, caderninhos...
             Muidinga esconde os caderninhos encontrados na mala. Acende uma fogueira e começa a ler um dos capítulos do primeiro caderninho: “Quero pôr os tempos...”.

            A partir daí, Muidinga lerá grandes histórias na vista de um menino na Guerra de Moçambique.




Ana Cláudia